Actualmente, na freguesia de Vilar de Ferreiros existem
sete associações, que constituem uma forma
de preservação e divulgação
da cultura local:
Grupo de Zés Pereiras de Vilarinho
Sede:
Largo da Igreja — Vilarinho
4880-316 Mondim de Basto
Este grupo surgiu como uma forma de dar continuidade
a uma velha tradição desta região.
Os elementos que compõe este grupo são
denominados “gigantões” e “cabeçudos”
(bonecos articulados por um homem que está no
seu interior), que dançam ao ritmo da música.
Os instrumentos que acompanham este grupo são
os bombos, os ferrinhos e as pandeiretas.
Grupo Coral e Artístico de Nossa Senhora
da Graça
Sede:
Largo da Igreja — Vilarinho
4880-316 Mondim de Basto
Vilarinho Futebol Clube
Sede:
Largo da Igreja — Vilarinho
4880-316 Mondim de Basto
Esta colectividade foi fundada em 1977, contando actualmente
com cerca de cento e cinquenta sócios. O objectivo
principal desta associação centra-se no
fomento da prática desportiva, principalmente
do futebol.
GRUPO FOLCLÓRICO E RECREATIVO DE VILARINHO
Sede:
Largo da igreja — Vilarinho
4880-316 Mondim de Basto
GRUPO CORAL DE S. PEDRO
Sede:
Vilar de Ferreiros
4880 Mondim de Basto
Grupo de Zés Pereiras de Vilar de Ferreiros
Sede:
Vilar de Ferreiros
4880 Mondim de Basto
Esta colectividade, composta pelos típicos Zés
Pereiras já descritos, dedica-se à animação
de festas.
Rancho Folclórico de Vilar de Ferreiros
Sede:
Vilar de Ferreiros
4880 Mondim de Basto
O turista que decidir pernoitar nesta região
terá que se deslocar à sede concelhia.
No domínio da restauração são
diversos os cafés onde o turista poderá
provar alguns dos petiscos típicos da freguesia.
Assim, em Vilarinho localiza-se o Café Central,
a Tasca Hollywood, o Café da Ponte, o Café
dos Moinhos e o Café do Bairro Novo, e em Vilar
de Ferreiros encontra-se o Café Pires, o Café
“Senhora da Graça” e o Café
Central.
Acessível através da Estrada Municipal
Mondim de Basto — Vila Real, pelo Parque Natural
do Alvão, esta simpática freguesia é
detentora de um rico e belo património natural,
arqueológico e arquitectónico, do qual
se destaca:
IGREJA MATRIZ DE VILAR DE FERREIROS
A Igreja Matriz de Vilar de Ferreiros, apesar
de apresentar a data de 1669, deverá ter sido
construída muito tempo antes, pois aparece referenciada
nas Inquirições de 1220 e nas de 1258.
Santuário de Nossa Senhora da Graça
O templo dedicado a Nossa Senhora da Graça
localiza-se no cimo do Monte Farinha e é considerado
o “ex-líbris” desta freguesia, e
mesmo do concelho. A construção deste
Santuário reporta-se ao século XVI, sendo
reedificado em 1875.
Capela de S. Sebastião
Esta Capela, localizada no lugar de S. Sebastião,
é detentora de um belo alpendre, sustentado por
sete colunas. Partindo para o seu interior, muito simples,
destaca-se o altar-mor com retábulo de talha
polícroma, com um nicho central onde se encontra
a imagem do padroeiro. É provável que
a construção deste templo se tenha efectuado
no século XVII ou XVIII.
Capela de Vilarinho
Capela de Vila Chã
Capela de Campos
Cruzeiro de Vilar de Ferreiros
Edificado no século XVIII, este cruzeiro
é constituído por quatro degraus, em cujo
centro se eleva o plinto, ostentando um brasão.
Entre o plinto e a coluna existe uma moldura decorada
por motivos vegetalistas e uma concha em posição
central.
VESTÍGIOS ARQUEOLÓGICOS
Em Vilar de Ferreiros encontram-se vestígios
de diversos povoados fortificados.
Para os amantes dos desportos radicais (todo-o-terreno,
BTT, para-pente,...), a freguesia possui locais excepcionais
para a sua prática, quer da Senhora da Graça
para o Campo do Seixo, quer no chamado Monte do Toumilo.
Estes sítios, repletos de paisagens naturais
de grande beleza, são ideais para aliviar o stress
provocado pela rotina do dia-a-dia.
TRADIÇÕES
Vilar de Ferreiros é uma freguesia
rica em tradições, que são preservadas
e divulgadas, de geração em geração,
pelos seus habitantes, destacando-se a Lenda do Monte
Farinha e da Senhora da Graça.
LENDA DO MONTE FARINHA E DA SENHORA DA GRAÇA
Há muitos anos atrás, andava
um pobre moleiro pelas terras de Basto, com uma velha
carroça de madeira puxada por um velho jerico.
O moleiro levava consigo um moinho, que utilizava para
transformar o milho em farinha. As pessoas das povoações
quando o ouviam acorriam imediatamente ao largo da aldeia
com os seus sacos de cereais. E assim passava ele o
dia, percorrendo uma e outra povoação.
Certo dia, encontrou no caminho uma senhora que fazia
o seu trajecto a pé, debaixo de um sol escaldante.
Compadecido com a graciosa senhora, o moleiro parou
e ofereceu-se para a levar na sua carroça. Quando
se aproximavam de Mondim, avistaram um grupo de mouros
que a eles se dirigiam. O homem chicoteou o jerico para
que ele andasse mais rápido e para que se escapassem
dos mouros, mas o animal, assustado, meteu a pata entre
duas grandes pedras, não conseguindo libertar-se.
O moleiro saltou da carroça para auxiliar o jumento.
Mas entretanto chegaram os mouros que o mataram.
A senhora, com medo, saltou da carroça para
uma pedra alta que se encontrava ao lado, e disse: “Abre-te
pedra! Faz-me esta graça!”. A pedra abriu-se,
a senhora entrou, e voltou a fechar-se rapidamente.
Ao verem isto, os mouros deixaram os grãos de
cereais e a farinha e fugiram “a sete pés”.
O moinho, descontrolado, não parava de moer.
Moeu... Moeu... Moeu... formando um monte muito alto
de farinha. As pessoas das povoações vizinhas
acorreram ao local, dizendo espantadas: “Que montes
de farinha!”. Desde essa altura, este sítio
ficou conhecido como Monte Farinha.
Quanto à senhora, continua encerrada na Pedra
Alta. O povo atribuiu este acontecimento a Nossa Senhora,
construindo, no alto do Monte, uma Capelinha em sua
honra para lhe agradecer a ajuda prestada à senhora
da Pedra Alta, e deu-lhe por isso, o nome de Senhora
da Graça.
Ainda hoje o Monte da Senhora da Graça é
também conhecido por Alto do Monte Farinha.
A Capelinha da lenda é actualmente o Santuário
de Nossa Senhora da Graça. A Pedra Alta ainda
existe, identificando-se facilmente, uma vez que se
encontra pintada de branco.
ADÁGIO POPULAR
• “Arrenego do judeu, do burguês
e do homem de Caves, mas vem o vilarês que é
o pior dos três.”
As festas e romarias desta localidade constituem outra
das formas de recordar os costumes destas gentes e são,
quase sempre, de carácter religioso. Assim, no
Santuário de Nossa Senhora da Graça celebra-se
a Ascensão de Nossa Senhora, no último
Domingo de Maio; a Festa de S. Tiago, a 25 de Julho;
e a Peregrinação à Senhora da Graça,
no primeiro Domingo de Setembro. Para além destas
romarias, realiza-se também no lugar de Vilar
de Ferreiros a Festa de S. Pedro; em Vila Chã,
a Festa de Santo António; e em Vilarinho a Festa
em honra de Nossa Senhora de Fátima, no segundo
fim de semana de Setembro.
Há alguns tempos atrás, a população
da freguesia contava ainda com a realização
de feiras, especialmente relacionadas com a venda de
gado e de outros produtos associados à actividade
agrícola. Actualmente já não existem
feiras em Vilar de Ferreiros.
No rol de tradições desta região,
destacam-se as danças e cantares tradicionais,
que se realizavam por altura dos trabalhos agrícolas,
como forma de aligeirar os esforços necessários:
Canção do Linho
Vou semear o meu linho
Da outra banda de lá
Mesmo à beira do caminho
Flor mais bonita não há.
Já está pronto a arrancar
Vamos lá dar um tombinho
Põe no poço e vai tirá-lo
P’ra massar com cuidadinho.
A espadela e o cortiço
Já não podem descansar
Vou espadar o meu linho
Para depois assedar.
Fia o linho ó Maria
Não te podes descuidar
P’ra dobar na dobadoira
Estou à espera no tear.
Os trajes característicos de Vilar de Ferreiros
reportam-se aos inícios do século passado,
altura em que grande parte da população
se dedicava aos trabalhos agrícolas e ao pastoreio.
Os tecidos utilizados na confecção da
indumentária eram grossos e quentes para proteger
o corpo do frio e da chuva. Deste modo, a ceifeira vestia
saia e blusa de chita, lenço e chapéu
na cabeça. Nos pés calçava socas,
e à volta da cintura uma corda onde pendurava
a foicinha. Depois de cortar o centeio, a corda era
utilizada para acarretar os molhos dos cereais. O homem
vestia camisa de linho, calças de cotim e calçava
meias de lã e socos. Usava também um chapéu,
para o proteger do sol, e uma corda à cintura
que servia para prender a cabaça do vinho.
O traje domingueiro da mulher era composto por uma saia
franzida, blusa braça, avental de veludo preto,
xaile de merino, lenço de tapete e chinela preta.
Os jogos tradicionais desta acolhedora freguesia são
comuns à maioria das localidades do Norte do
país. No entanto já não são
prática habitual nos nossos dias e, para que
não deixem de fazer parte da nossa memória,
as associações culturais vão organizando
as “Tardes Culturais”, nos meses de Verão,
onde estes jogos voltam a ser relembrados com grande
entusiasmo e alegria. Assim, destaca-se o Jogo do Pau,
as Corridas de Sacos, o Jogo da Choca, o Jogo da Malha,
o Jogo do Cântaro, o Jogo da Corda e o Jogo do
Malhão.
JOGO DO PAU
Este jogo, oriundo de Trás-os-Montes,
é muito antigo. É, no fundo, uma arte
de combate usada inicialmente para resolver conflitos
entre aldeias e readaptada nos anos 80 com uma forma
lúdica.
CORRIDA DE SACOS
Os participantes entram num saco de sarapilheira e,
saltitando, procuram alcançar a meta estabelecida.
Vence a corrida aquele que chegar primeiro e com menos
tombos.
JOGO DA MALHA
A Malha deve jogar-se à distância
oficial de vinte e cinco metros, as equipas são
sorteadas quinze minutos antes do início do jogo
e começa o jogo a equipa que tiver sido seleccionada
em primeiro lugar. As equipas mudam de campo sempre
que se iniciar uma nova partida. As segunda e terceira
partidas são começadas pela equipa que
perdeu a anterior. Cada jogo termina quando são
completadas três partidas.
A pontuação distribui-se da seguinte forma:
são contados seis pontos para cada derrube de
pinoco; após quatro lançamentos, contam-se
três pontos para a equipa que tiver a malha mais
próxima do pinoco; de cada vez que se vencer
uma partida contam-se três pontos.
Jogo do Malhão
Este jogo consiste no arremesso da pedra e
deve ser praticado por homens musculados.
GASTRONOMIA
O turista que visitar Vilar de Ferreiros,
não poderá partir sem provar os saborosos
pratos típicos da região, destacando-se
os Milhos, o Cozido à Portuguesa e o Cabrito
Assado.
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